Aquela inquietação no peito
de quem não sabe o que tá fazendo
de quem tem medo do mundo
de quando você some
de quando não sei a próxima palavra a ser dita
de um domingo parado
de um dia sem café, cigarros, você... enfim, meus vícios
de amores complicados
de amores profundos demais para serem esquecidos
de curtas distâncias
de curtas conversas
de meias palavras
de meias verdades
da vontade de chorar sem saber porquê
da vontade de gritar teu nome
da pressa de te ver
da pressa de calar as vozes na minha cabeça
da TV que noticia tragédias
da TV ligada enquanto a gente transa
de não conseguir mais escrever
de não conseguir saber ao certo tudo que inquieta o peito.
As palavras não nascem amarradas. Elas saltam, se beijam, se dissolvem. No céu livre por vezes um desenho. São puras, largas, indevassáveis.
quarta-feira, 20 de julho de 2016
domingo, 27 de março de 2016
Fazes-me, uma metá-fase. Sou um conjunto, um conforto, um lamento, e um desejo. Sou o não concreto, à porta entreaberta, que espera qualquer sentimento. Sou a poesia que nasce da euforia de quem escreveu.
Escreveu pra não explodir-se. Sou palavras vomitadas no ritmo descompassado. Ai, vê que agonia? Sou tanta coisa que não sou nada. E aconteço sem perceber-me. E estrago meus limites, tão timidamente traçados. Surpresa, vejo que em mim, cabe o universo todo. E muito mais. Medos e quedas. Termino-me assim. Aniquilada por ser muito. Por ser quase nada. Poeira encabulada..
(Autor desconhecido)
Escreveu pra não explodir-se. Sou palavras vomitadas no ritmo descompassado. Ai, vê que agonia? Sou tanta coisa que não sou nada. E aconteço sem perceber-me. E estrago meus limites, tão timidamente traçados. Surpresa, vejo que em mim, cabe o universo todo. E muito mais. Medos e quedas. Termino-me assim. Aniquilada por ser muito. Por ser quase nada. Poeira encabulada..
(Autor desconhecido)
segunda-feira, 21 de março de 2016
Sem-entes
Nos jogaram à terra,
e então jogaram a terra.
Ao pó retornaremos?
Podíamos ver a terra escorrer por entre os dedos frios e acusadores
Sentimos ela nos tomar,
nós afundamos!
Éramos minoria... toda aquela terra,
e nós
perdidas naquela imensidão de nada
Eles se foram sem olhar pra trás
Estávamos abaixo do solo que eles pisavam,
brotando,
rompendo,
crescendo,
à luz.
Nos enterraram.
E mal sabiam que éramos sementes.
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